A Polícia Judiciária deteve seis pessoas no âmbito da Operação Nexus, entre elas quatro funcionários de uma empresa localizada em Moreira, suspeitos de crimes de corrupção, fraude na obtenção de subsídios e manipulação de concursos públicos relacionados com contratos de fornecimento de tecnologia.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve, a 9 de julho, seis indivíduos no contexto da Operação Nexus, uma investigação de grande dimensão que expôs um esquema fraudulento relacionado com adjudicações públicas no setor das tecnologias da informação. Entre os detidos estão quatro funcionários de uma empresa com instalações na freguesia de Moreira, concelho da Maia, um funcionário da Brisa e um especialista informático da Universidade do Porto.
A operação, que juntou esforços da Diretoria do Norte da PJ, do DIAP Regional do Porto e da Procuradoria Europeia, resultou de denúncias sobre irregularidades graves em procedimentos de aquisição pública de material informático e de cibersegurança, nomeadamente em instituições de ensino superior financiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
No total, foram realizadas 103 buscas em todo o território nacional, abrangendo empresas privadas, instituições públicas de ensino, unidades de saúde, concessionárias de serviços públicos, fundações e agências de viagens. O foco da investigação recaiu sobre um grupo empresarial nacional com atividade no comércio de hardware e software, acusado de liderar um esquema sistemático de corrupção para obter informação privilegiada e garantir adjudicações no valor de, pelo menos, 20 milhões de euros.
De acordo com as autoridades, os suspeitos ofereciam vantagens patrimoniais e não patrimoniais a funcionários públicos e privados em troca de favorecimento nos concursos, distorcendo as regras da concorrência e da boa aplicação de fundos públicos.
A PJ mobilizou cerca de 300 investigadores e peritos de várias unidades nacionais e regionais. Foram ainda realizados arrestos no valor de 4,6 milhões de euros.
Cinco dos detidos foram presentes ao Tribunal de Instrução Criminal do Porto. Dois ficaram em prisão preventiva, três ficaram sujeitos a proibição de contacto e suspensão de funções, enquanto o sexto saiu em liberdade após interrogatório.