Os Estados Unidos recorreram a sete bombardeiros furtivos B‑2 Spirit, lançando 14 bombas “bunker-buster” e Tomahawk submarinos no ataque a três instalações nucleares do Irão, segundo comunicações oficiais.
O B‑2 Spirit, bombardeiro furtivo da Força Aérea dos Estados Unidos, é uma das aeronaves mais avançadas da história da aviação militar, reunindo tecnologia de ponta em furtividade, alcance e capacidade de carga.
Desenvolvido pela Northrop Grumman, o B‑2 entrou ao serviço em 1997, após anos de pesquisa e secretismo. O seu design em asa voadora e os materiais utilizados na fuselagem foram concebidos para minimizar a assinatura radar, térmica e acústica, tornando-o praticamente invisível aos sistemas de deteção convencionais.
Com um comprimento de 21 metros e uma envergadura de 52 metros, o B‑2 é capaz de transportar até 18 toneladas de armamento, incluindo bombas convencionais, mísseis de precisão e as poderosas bombas GBU‑57A/B Massive Ordnance Penetrator, destinadas a destruir alvos subterrâneos fortemente protegidos.
O bombardeiro tem um alcance superior a 11.000 quilómetros sem necessidade de reabastecimento, podendo ser ampliado graças ao reabastecimento aéreo. Esta autonomia permite-lhe realizar missões intercontinentais a partir de território norte-americano, sem necessidade de base avançada.
A sua tecnologia furtiva baseia-se numa combinação de design angular, materiais absorventes de radar e gestão da assinatura térmica dos motores. O B‑2 transporta as armas internamente, para evitar reflexos que possam ser detetados.
O B‑2 Spirit continua a ser uma das peças mais caras e valiosas do arsenal dos Estados Unidos. Cada unidade custa cerca de 2 mil milhões de dólares, incluindo os custos de desenvolvimento. Apenas 21 aeronaves foram produzidas, das quais 20 continuam operacionais.
Apesar de ter sido concebido durante a Guerra Fria, o B‑2 mantém-se relevante, sendo utilizado em missões estratégicas de longo alcance e como demonstração de poder militar dos Estados Unidos.
Bombardeamento a instalações nucleares do Irão
Os Estados Unidos recorreram a sete bombardeiros furtivos B‑2 Spirit, lançando 14 bombas “bunker‑buster” e Tomahawk submarinos no ataque a três instalações nucleares do Irão, segundo comunicações oficiais.
A operação, denominada “Midnight Hammer”, contou com a participação de sete B‑2 Spirit pertencentes à 509th Bomb Wing, estacionados na Base de Whiteman, Missouri. Estas aeronaves voaram durante 18 h sem interrupção, com reabastecimentos aéreos, até atingirem os alvos em Fordow, Natanz e recorrendo a mísseis de cruzeiro Tomahawk disparados por um submarino, que destruíram o complexo de Esfahan.
Os bombardeiros despejaram 14 bombas GBU‑57A/B Massive Ordnance Penetrators — cada uma com cerca de 14 000 kg — nos locais mais protegidos, incluindo seis sobre Fordow e duas em Natanz.
A seleção do B‑2 deveu-se à sua capacidade furtiva, permitindo evitar detecção pelas defesas aéreas iranianas, e ao seu elevado alcance (cerca de 11 000 km sem reabastecimento), sendo a única aeronave americana capaz de transportar estas bombas pesadas.
O Pentágono classificou a missão de “ataque operacional de maior dimensão já realizado com o B‑2”, com envolvimento de mais de 125 aeronaves, dezenas de aviões-tanque e mais de 75 munições guiadas de precisão.
O porta-voz do Pentágono, general Dan Caine, afirmou que os danos foram “extremamente severos”, embora ainda se aguarde uma avaliação completa.
O secretário à Defesa, Pete Hegseth, declarou que não se trata de uma ofensiva com vista à mudança de regime, mas sim de neutralizar o programa nuclear.
Este vai sendo o maior uso do B‑2 desde 2001 e a primeira vez que as bombas MOP são empregues em combate real. A operação teve coordenação com Israel, que conduziu ações prévias visando desativar defesas iranianas aéreas.