Rui Moreira confirmou que está a avaliar uma candidatura à Presidência da República, mas garantiu que não anunciará qualquer decisão antes de setembro.
O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, afirmou esta segunda-feira, em entrevista à CNN Portugal, que está a ponderar uma candidatura à Presidência da República, embora só revele a sua decisão a partir de setembro. O autarca, impedido por lei de se recandidatar ao cargo que ocupa desde 2013, justificou a abertura à corrida presidencial com a evolução do contexto político e os incentivos que tem recebido de várias pessoas e regiões do país.
“É uma decisão que irei tomar nos próximos tempos. Nunca anunciarei antes de setembro”, afirmou Moreira, sublinhando que a sua reflexão tem sido motivada por contactos vindos “do Minho ao Algarve e até das ilhas”, e por um conjunto de apoios que começou a mobilizar-se em seu redor. “Um conjunto de pessoas começou a movimentar-se nesse sentido”, acrescentou.
O ainda presidente da câmara do Porto considera que, face às mudanças recentes no espectro político, pode ser “uma boa altura” para ponderar um novo desafio. Diz que há aspetos que têm de ser cuidadosamente avaliados, como o perfil dos restantes candidatos, os apoios políticos e financeiros que poderá obter, e a opinião da sua família.
Entre os nomes já apontados à corrida a Belém em 2026 estão Luís Marques Mendes, Henrique Gouveia e Melo, António José Seguro e António Filipe. Para Moreira, perceber quem serão os candidatos efetivos é essencial para tomar uma decisão informada.
As reações à possível entrada do autarca do Porto na corrida presidencial não se fizeram esperar. Henrique Gouveia e Melo desvalorizou a hipótese, afirmando que a sua campanha entrará numa nova fase em setembro. Já Marques Mendes considerou que “todos os candidatos são bem-vindos”, numa lógica de abertura democrática.
Rui Moreira assegurou ainda que não contará com apoios partidários formais, considerando esse fator “irrelevante”, e afirmou que não tem qualquer problema em aceitar votos provenientes de todos os quadrantes do eleitorado, incluindo do Chega: “As pessoas que votam no Chega não têm lepra.”
A decisão final sobre a eventual candidatura será tomada após o fim do seu mandato autárquico e de uma “reflexão íntima” sobre o futuro, reforçou.