A TAP, companhia aérea portuguesa detida pelo Estado, vai centrar a retoma do turismo em Lisboa e cancelar as rotas com saída do Aeroporto Francisco Sá Carneiro para Amsterdão, Madrid, Londres, Bruxelas, Barcelona, Milão e Munique. Vai ainda reduzir a oferta das ligações a Genebra, Londres Gatwick, Nova Iorque e Luxemburgo.
A TAP, apesar do resgate de 2,55 mil milhões de euros que implicava serviço a todo o país, vai reduzir a oferta a partir do Porto, face ao verão de 2019. Serão menos sete rotas, menos 705 mil lugares de oferta a partir do Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Vão permanecer apenas sete rotas internacionais e três domésticas.
Uma decisão em que a TAP é única, já que, em contrapartida, as principais companhias aéreas privadas de origem estrangeira estão a reforçar a sua oferta no Porto. A KLM, a Easyjet, a Flyr, a Lufthansa, e a Swiss têm aumentado a oferta. No caso da Lufthansa e da Swiss o aumento é de 100% em algumas rotas, incluindo para Munique ou Zurique, estas canceladas pela TAP.
No caso da Ryanair, que já voa para 70 destinos a partir do Porto, vai acrescentar uma rota para Bergerac, em França, e vai triplicar a oferta para outras rotas.
No total, apesar da saída da TAP, o Aeroporto vai aumentar a oferta em 700 mil lugares durante o verão de 2022.
A TAP está a ser transformada na “companhia regional” de Lisboa, acusa Rui Moreira
Em reação a esta opção da empresa pública, Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, acusou, neste sábado, dia 2 de abril, o governo de estar a querer transformar a TAP numa “companhia regional” com o objetivo de servir o hub da capital, abandonando, uma vez mais, o Porto.
As declarações foram feitas à Lusa, o autarca desafia o Partido Socialista do Porto para afirmar se é “cúmplice” desta opção do governo, sublinhando que os portugueses devem refletir sobre se se “sentem bem” em “pagar a fatura” da TAP, lembrando o custo que a empresa tem para o dinheiro dos contribuintes.
“Há aqui um efeito de dupla indução, por um lado TAP não vem ao Porto, por outro lado está a subsidiar o transporte ao aeroporto de Lisboa, como é evidente, e estamos, portanto, a reduzir a competitividade do nosso aeroporto e a limitar também as companhias aéreas que gostariam de vir ao Porto e que poderiam vir, não fosse essa concorrência desleal”, alertou Rui Moreira.