Cristina Mesquita tem 50 anos e é motorista de pesados há cerca de um ano. O Notícias Maia foi conhecer a história desta maiata que nunca tinha conduzido um carro ligeiro até aos 48 anos de idade.
Sempre ouvimos dizer que a vida dá muitas voltas e esta maiata é prova viva disso mesmo. Aos 48 anos decidiu tirar a carta e, em menos de um ano, estava habilitada a conduzir ligeiros, pesados de mercadorias e ainda pesados de mercadoria com reboque.
Antes de se aventurar ao volante pelas estradas da Europa, trabalhou quase 30 anos num a loja de têxteis de decoração e, mais recentemente, era auxiliar de ação educativa numa escola do concelho.
Cristina Mesquita nasceu a 30 de março de 1970 em França, veio para Portugal ainda em criança e há 20 anos que vive na Maia.
Foi ao volante do camião que ostenta o nome “Cristina Mesquita” na lateral que o NOTÍCIAS MAIA conversou com esta maiata.
“Nunca imaginava tal coisa” – é assim que Cristina resume aquela que foi a grande mudança profissional da sua vida. Conta-nos que trabalhou sempre em atendimento ao público e que, mais recentemente, era o trabalho com as crianças que a fazia mais feliz. Mas, com o contrato de trabalho a chegar ao fim, era preciso encontrar uma alternativa.
A sugestão partiu do marido, José Mesquita, que a desafiou a tirar a habilitação e trabalhar com ele como motorista na Primafrio. Cristina conta-nos que nestas empresas os motoristas trabalham em dupla para que possam conduzir um maior número de horas. “Nunca esperava conduzir um camião! Nem de tirar a carta”, brinca a maiata.
Cristina explica que o processo de aprender a conduzir, ligeiros e pesados, não foi fácil e que “quis muitas vezes desistir”. “Houve uma altura em que desatei a chorar e disse que não tentava mais, mas o meu marido não me deixou desistir”, conta.
Desta feita, em 2019, com muita força de vontade, habilitou-se a conduzir em várias categorias e viaja agora ao volante de camiões de mercadorias pelas estradas da Europa. Em trabalho, já esteve em Inglaterra, Alemanha, Polónia, Espanha, França, Luxemburgo, Holanda e em Itália.
Mas a adaptação a esta nova vida também não foi fácil. “Agora gosto do que faço mas ao início custou-me muito”, desabafa. Cristina admite que passar tempo longe dos filhos “é o que custa mais” mas que, graças às novas tecnologias, mantém contacto diário com eles.
Um dos fatores que também pesou numa desmotivação inicial foi o facto de “quase só ver estrada”. “Para mim, que estou habituada ao movimento e às pessoas, a adaptação foi difícil”, desabafa.
Ao volante destes pesados, Cristina e o marido passam longas horas a conduzir, muitas vezes durante a noite, onde o “cansaço mental é ainda maior”. Vêm a Portugal por períodos curtos de três a quatro dias mas chegam a estar três semanas pelas estradas desta Europa.
Perguntámos a esta maiata se se imaginava a trabalhar nesta área muitos anos. “Eu agora posso dizer que gosto do que faço, no futuro, não sei. A vida dá muitas voltas!”, respondeu.
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