A mãe da jovem de 17 anos que terá sido alvo de tentativa de administração de uma substância ilícita no Bar Académico de Braga apresentou queixa-crime contra o autor da alegada oferta, o segurança do estabelecimento, o empresário responsável pela concessão do espaço e a Associação Académica da Universidade do Minho.
A mãe de uma jovem de 17 anos envolvida no episódio que esteve na origem do homicídio de um estudante em Braga, na madrugada de 13 de abril, apresentou uma queixa formal no Ministério Público contra vários intervenientes ligados ao Bar Académico (BA), onde os factos ocorreram.
A denúncia visa o homem que terá oferecido à menor uma garrafa de água contendo uma substância ilícita conhecida como “Boa-noite Cinderela”, bem como o segurança do bar, o empresário concessionário do espaço e a própria Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM), entidade responsável pelo funcionamento do BA.
A alegada tentativa de administração da droga terá ocorrido na presença de amigos da jovem, entre os quais se encontrava Manuel Gonçalves, conhecido como Manu, de 19 anos, que interveio para alertar a amiga e impedir que esta ingerisse o conteúdo da garrafa. Segundo a queixa, Manu dirigiu-se então ao segurança do bar a pedir ajuda, mas terá sido agredido com duas chapadas, acabando por ser expulso do espaço.
Minutos depois, já no exterior, deu-se uma altercação entre dois grupos, da qual resultou a morte de Manu. O suspeito do homicídio, Mateus Marley Machado, de nacionalidade brasileira, foi identificado por testemunhas e encontra-se atualmente em prisão preventiva, por decisão do Tribunal de Instrução Criminal de Guimarães.
A mãe da adolescente considera que o comportamento do segurança configura “omissão de auxílio em situação de perigo iminente” e aponta à Associação Académica responsabilidade por não garantir condições mínimas de segurança, nem prevenir a entrada de indivíduos potencialmente perigosos. A queixa refere ainda que o empresário responsável pela gestão do bar, cuja identidade a denunciante afirma ainda desconhecer, deverá ser responsabilizado por eventuais falhas operacionais.
Esta nova queixa junta-se à já apresentada pelos pais de Manuel Gonçalves, que haviam também visado as mesmas entidades e pessoas, alegando responsabilidade negligente pela morte do jovem.