A juventude da Maia tem sido, ao longo dos anos, o motor de inúmeras iniciativas que enriquecem o nosso concelho. Porém, é importante refletirmos sobre os desafios que se têm colocado às ferramentas que garantem a participação ativa dos jovens no futuro da Maia.
Um exemplo é o Orçamento Participativo Jovem da Maia (OPJ Maia), que, na sua edição de 2023, destinada à execução em 2024, enfrenta atrasos que merecem a nossa atenção. Após a fase de apresentação de propostas, ainda não foi realizada a votação pública para a seleção dos projetos vencedores, mesmo estando já no final de 2024, ano em que os projetos deveriam ser implementados. A ausência de informações atualizadas sobre o estado do processo levanta questões importantes: quais são os motivos para este atraso? Estarão os fundos alocados garantidos para a execução das propostas? São questões legítimas que devem ser esclarecidas, para que os jovens continuem a acreditar na importância e no impacto deste programa.
Adicionalmente, é relevante ponderarmos sobre o impacto deste atraso no futuro do próprio OPJ Maia. Será possível garantir a continuidade do programa em 2025, mesmo com os desafios enfrentados em 2023? Estamos em condições de garantir que os problemas que decorreram em 2023 não se voltarão a repetir? É crucial que se preserve esta iniciativa, que tem como objetivo fomentar a cidadania ativa e envolver os jovens na tomada de decisões que moldam o nosso concelho.
Outro ponto de reflexão é o funcionamento do Conselho Municipal de Juventude (CMJ), um espaço privilegiado para o diálogo entre o executivo municipal e os jovens. Embora a legislação preveja a realização de quatro reuniões anuais, na prática, têm ocorrido apenas uma ou duas por ano. Esta periodicidade reduzida limita a possibilidade de acompanhamento regular de temas importantes (como o próprio OPJ) e de promoção de um diálogo contínuo, o que reforça a necessidade de um calendário fixo e consistente. Se a Câmara não procura a ponte que tem com os seus jovens, não pode ficar admirada de os resultados não serem os melhores.
Estes desafios devem nos fazer refletir a todos, em particular ao executivo municipal enquanto principal responsável pela divulgação e execução do OPJ e convocação do CMJ, e trazer à mesa soluções para o que causa estes problemas. Quando as ferramentas de participação funcionam de forma plena, elas não apenas envolvem os jovens no presente, como também os preparam para serem os líderes de amanhã.
O que está em causa?
O OPJ Maia e o CMJ são muito mais do que instrumentos administrativos. São pilares de um compromisso com a participação democrática e com o futuro do concelho. É essencial que sejam mantidos e valorizados como ferramentas de inclusão e envolvimento dos jovens.
O que podemos fazer juntos?
- Reforçar a comunicação: Garantir uma atualização clara e transparente sobre o
estado atual do OPJ Maia, incluindo a garantia de que os fundos alocados estão
preservados e que os projetos vencedores serão executados. - Comprometer-nos com o futuro: Assegurar a realização do OPJ Maia 2025, com
um cronograma realista que permita a continuidade desta iniciativa fundamental. - Promover maior regularidade no CMJ: Cumprir a periodicidade mínima de
reuniões, com um calendário previamente definido que promova uma participação
mais ativa e regular, bem como um acompanhamento contínuo da execução do OPJ
Maia.
A juventude da Maia é uma força indispensável para o desenvolvimento do concelho. Com diálogo, colaboração e um compromisso partilhado, é possível superar os desafios e garantir que a voz dos jovens continue a ser ouvida e valorizada, tanto no presente como no futuro.
Emanuel Marques
29 anos, Engenheiro de Software,
Vice-Coordenador da Iniciativa Liberal Maia
Representante da Iniciativa Liberal no Conselho Municipal da Juventude da Maia