O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF) para 2017 tem sido muito criticado pelas diversas corporações de bombeiros. Notam-se sinais de descontentamento nas corporações face ao comportamento da Ministra da Administração Interna e à forma como está a ser preparada a época de fogos que se avizinha.
Os bombeiros envolvidos no DECIF têm estado isentos de pagar IRS sobre as compensações, gratificações ou subsídios recebidos no período mais crítico de combate a incêndios. Com esse período a começar, os bombeiros ainda têm muitas dúvidas acerca dessa isenção. Segundo o PSD, “a dúvida foi criada pelo Secretário de Estado da Administração Interna”.
Emília Santos acusa o Secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, de falta de seriedade ao afirmar que os bombeiros no DECIF receberiam 1350 euros por mês. “Ora isso só seria possível se um bombeiro estivesse em funções 24 horas por dia, sem pausas, sem descanso, sem comer nem dormir”, ironizou a deputada do PSD. Na pergunta que subscreve com outros deputados do seu partido, Emília Santos confessa ter ficado com a sensação de que “a manipulação dos números apenas pretende deturpar a imagem que os portugueses têm da nobre classe dos bombeiros”.
Para além disso, a Federação de Bombeiros dos Distritos de Setúbal e Lisboa alertou publicamente para a escassez de meios de combate e um profundo subfinanciamento, prejudicando o combate aos incêndios. “Vários concelhos do país têm uma previsão de financiamento em 2017 inferior a 2016”, revela o PSD.
“Não acredito que haja boicotes porque os bombeiros não querem pôr em perigo as populações e o território. Mas se a situação chegar a esse ponto, é porque o governo não sabe dialogar nem respeitar os soldados da paz”, avisa Emília Santos.
Assim, os deputados sociais-democratas perguntam à Ministra da Administração Interna se está disponível para esclarecer as dúvidas dos bombeiros e que medidas está a tomar para um eficaz combate aos fogos.